Tuesday, January 31, 2006

lost (achada)

sou puzzle incompleto,
uma casa sem um tecto.
sou corpo sem intelecto,
da hipotenusa sou o cateto.

escrevo sobre de mim porque de mim nao sei...
imagino-me legislador pra poder inventar a lei,
encarno a humildade e admito que errei,
peço ajuda á esperanca e ela diz-me: ''one day...''

Thursday, January 19, 2006

ladrão

vi-te ao longe, etéreo e fugaz
e dei um passo em frente, mas andei para trás
gritei o teu nome, e fez-se silêncio
...o coração enche-se de forças, mas o medo vence-o

só a mim.

Tuesday, January 17, 2006

anti-matéria

Para que me serve um objecto
Ou dois, ou três, ou trinta deles
Se ha quem nem saiba o alfabeto
E tenha jóias, piscina, e casaco de peles?

Eu não quero materiais
a encher-me os espaços em branco
Tenho outros ideiais:
de mundo livre, honesto e franco.

Sunday, January 15, 2006

é hora

Essência do meu ser,
Sai do casulo!
Que eu estou farta de ficar a ver,
Preciso de dar o pulo!

Minha vocação é ser borboleta,
E eu quero alcançar essa meta!
(só voando eu vou ser completa, só vivendo posso ser poeta...)

Sunday, January 08, 2006

desilusão

quem és? que nem isso eu sei,
ainda agora acordei...
deixa-me calçar as chinelas
e acender algumas velas,

e sair do leito e olhar-te a eito...

aqui de fora és-me familiar
mas de perto tens outro ar:
o de labirinto complicado
ou de um poeta mal-amado...

conto até três e olho outra vez.

não podes ser tu, isto é só projecção
tridimensional dum sonho, e esse é que é vão!
é que tu não existes, tu és mera criação
do que eu queria que fosses, da minha imaginação...

não és como eu.

Saturday, January 07, 2006

Prisão- II

A minha vida é ilusão,
Criada no antro da minha cabeça.
Onde tudo se mexe, mas eu não.
E não há vivalma que me conheça

Minh’alma ao espelho, cinzenta.
Olhando á roda, imagens de tormenta
E assim vou fazendo uma intospectiva...
Descubro que nem sequer sei se estou viva.

Mata-me, pode ser que não aconteça nada.

Prisão

Mata as moscas da minha consciencia
Limpa as teias na minha resistência
Salva-me da tristeza da existência
Transforma-me usando a tua ciência

Ajuda, preciso da tua !
Que tu és o guarda da prisão do meu ser
E esta noite eu quero ver a lua
Dá-me a chave, senão não a vou poder ver...